Testemunhos de Padres
Padre Rui Pedro Carvalho, Assistente Espiritual da Vinha de Raquel:
Na obra da Vinha de Raquel experimento um tempo de encontro com a misericórdia de Deus.
Através de um fim de semana de retiro aqueles ou aquelas que passaram pelo drama de aborto voluntário são chamados por Deus a reconciliarem-se com a sua história e a encontrarem em Jesus, o coração misericordioso de Deus que coloca todo o amor suas vidas e nas suas histórias; cura-os, liberta-os e assim reconstrói as suas vida a partir de Deus.
À medida que vou acompanhando algumas pessoas que passam pelo drama do aborto, vou-me apercebendo que muitas vezes as pessoas tentam esquecer esse momento da sua vida, tentam reconstruir a vida a partir de si. Mas a ferida está lá! Não passa! Cada vez que se toca nesse acontecimento é como se tocássemos numa ferida que está inflamada, por isso dói e, se não de cura, pode até degenerar noutros problemas.
O pecado e o mal não é um caminho sem saída! Em Jesus temos um redentor que nos salva. O nosso criador, vendo-nos como um vaso em cacos, torna-se o nosso redentor, reconstrói-nos! Deus não quer a morte do pecador, quer que se converta e viva, por isso, o caminho de reconciliação com a nossa história é o caminho da entrega nas mãos de Deus. No seu amor encontramos o perdão, só Ele nos restaura.
Que este ano da misericórdia nos ajude a encontrar profundamente o rosto misericordioso de Deus.
Padre José Manuel Teixeira de Abreu (Ecónomo Diocesano e Capelão da Ordem Terceira Franciscana de Setúbal, Diocese de Setúbal):
Conheci a Vinha de Raquel e desde logo me pareceu que seria uma proposta capaz de ajudar as pessoas que viviam com o peso de alguma vez terem cometido um aborto. E isto mesmo pude comprovar, quer por observação direta, quer pelas pessoas que acompanhei e encaminhei para esta experiência de libertação. Quando regressavam vinham diferentes e sentiam-se melhores. Por isso continuo a encorajar à participação de quem possa necessitar.
Padre João Luís Silva (Pároco de Azervadinha, Biscainho, Branca e Rebocho e Assistente Espiritual do Secretariado Diocesano da Mensagem de Fátima) da Arquidiocese de Évora:
Podemos dizer que o sofrimento está entranhado na humanidade, vive e convive com cada ser humano. Todos nós já fizemos e fazemos continuamente essa experiência. A Vinha de Raquel, é um abraço de cura, um sopro de Deus, revestido de Misericórdia e de Esperança, que reconstrói caminhos, pela força da Palavra que continua a ecoar e a seduzir: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei.” (Mt 11, 28).
Padre Pedro Quintella (Pároco do Monte de Caparica, Presidente da Associação “Vale de Acor”; Capelão do Estabelecimento Prisional de Setúbal; Diocese de Setúbal):
Os retiros da Vinha de Raquel têm sido um lugar de reconciliação com a história violenta, em todas as direções para onde esta palavra possa apontar, de algumas pessoas que fazem o seu percurso de recuperação de toxicodependência(s) no Vale de Acór.
A reconciliação não a entendo, e não a reconheço, na recuperação de uma ideia de si mesmo distraída da dramaticidade de escolhas antigas e, portanto, desocupada de remorsos com justificações de carácter psicológico e social... Trata-se, isso sim, de uma experiência que deverá sempre ir crescendo, na travessia dos dias; assim cresça, também, a libertação do coração de cada pobre pessoa envolvida nestas pobres histórias com Aquele que nos reconcilia com a Sua imagem e semelhança à luz da qual todos fomos criados.
Obviamente também aqueles a quem não permitem nascer!
Pelo que peço à Virgem que nos seja dado poder continuar a colaborar com a “Vinha de Raquel" nesta manifesta experiência de Misericórdia, neste ano que lhe é dedicado!
Misericórdia essa que tem uma celebração da sua evidência, do dom de Deus e do coração humano que deseja vivê-la, na celebração do sacramento da reconciliação que muitas vezes tenho sido convidado a ministrar nos mesmo retiros da Vinha de Raquel.
Que Deus vos abençoe na força e na humildade imensa que é pedida nesta missão!