Questões sobre o Retiro

Os Retiros Vinha de Raquel geralmente têm início na sexta pelas 18h00 e acabam no Domingo pelas 13h00. Poderão por vezes terminar com o almoço de Domingo.

Está convidado a vir passar o fim-de-semana connosco, partilhar as refeições e terá um quarto privado para dormir. Não precisa de trazer roupa de cama nem toalhas.

Cada fim-de-semana está a cargo de um grupo de pessoas treinadas no método da Vinha de Raquel. Cada equipa tem um Sacerdote, um psicólogo e monitores leigos, que nalguns casos também terão passado pela situação de aborto e que não julgam ninguém.

Estas pessoas oferecem o seu tempo gratuitamente porque entendem a importância da cura e da recuperação da harmonia interior na sequência da dor do aborto. São pessoas competentes e afetuosas que respeitarão o seu processo de sofrimento e caminharão consigo no sentido da cura.

O Retiro Vinha de Raquel consiste num conjunto de exercícios expressivos feitos em grupo, com o objetivo de o levar a explorar os seus sentimentos e emoções. Serão trabalhadas as dimensões da culpa, do luto e da agressividade, mas também a capacidade que a pessoa humana tem de escolher o que fazer diante da realidade da sua vida.

Não. Temos tido pessoas de outras religiões ou sem ligação a nenhuma religião a participar nos Retiros com muito sucesso.

Nada lhe será imposto em nenhum momento. Ainda que tenha uma base católica, o processo é adequado a diferentes tradições religiosas e culturais. Cada um é convidado a partilhar com o grupo, mas também pode processar a sua experiência em privado no silêncio do seu coração. Quem não for cristão será convidado a dialogar com o seu Criador mediante um processo muito pessoal e intimo.

Os Retiros Vinha de Raquel têm, idealmente, entre 8 a 12 participantes em cada fim de semana. Os grupos são pequenos para que todos tenham oportunidade de partilhar e processar os exercícios com o grupo. Há também uma equipa de cerca de 5 pessoas que ajudam a realizar o retiro, conduzem os exercícios, apoiam nas refeições e atendem a qualquer necessidade especial que possa surgir.

Nós entendemos o aborto como um trauma. Os eventos traumáticos agravam-se geralmente com a necessidade de os manter cuidadosamente guardados como um segredo, devido à quantidade de sentimentos tóxicos e vergonhosos que lhes estão associados e que, portanto, não têm voz. A cura das vítimas de trauma pode alcançar-se estabelecendo um clima de confiança, reconstruindo a história do trauma e restaurando a ligação entre os sobreviventes e a comunidade. O contexto do grupo é benéfico porque os outros que também passaram pelo mesmo podem confirmar os sintomas e esta afirmação é uma parte terapêutica fundamental no processo.

Isto não nega o valor do acompanhamento e apoio individual. Mas a experiência do processo de grupo contribui grandemente para um nível de cura mais profundo e completo. Pode ler aqui testemunhos de outras pessoas que já passaram pela Vinha de Raquel.

Durante o fim-de-semana da Vinha de Raquel, encontramos a cura na recuperação das ligações, na reintegração em geral. A cura só pode ter lugar quando o segredo e a solidão caiem por terra e a história de cada um se revela aos outros, que não procuram nem julgar nem condenar. Só então é possível, com o apoio de pequenas comunidades que compassivamente afirmam a perda e respeitam o sofrimento, de modo a se poder completar o processo de luto.

A importância do apoio social no processo de sofrimento reflete um aspeto importante da nossa natureza humana. Somos feitos para a relação com outras pessoas e só seremos felizes na medida em que fizermos da nossa vida um dom para o benefício dos outros. Pelo contrário, o isolamento destruirá a nossa vida.

Para a maioria das pessoas, só quando temos a certeza do amor incondicional dos que não nos julgaram nem nos condenaram é que nos sentimos protegidos contra a solidão social. Este apoio torna muito mais fácil explorar e confrontar as partes mais profundas da nossa alma. Com este apoio aprende-se a aceitar o perdão de Deus e do filho abortado e aprende-se como perdoar aos outros. Também se aprende como, devido ao amor redentor de Cristo, uma experiência tão terrível pode ser usada como base para edificar uma existência mais rica, mais profunda e mais significativa.

Sim. Depois do aborto, frequentemente os homens debatem-se com um sentimento de incapacidade por não ter podido proteger nem a mãe, nem o filho – talvez abandonando a mãe, ameaçando acabar a relação se ela não abortasse. A outros foi-lhes negada a possibilidade de impedir o aborto que não desejavam. Isto pode levar a um luto profunda e a um ressentimento que necessitam encontrar voz e ser curados. Outros homens nunca reconheceram a humanidade dos seus não nascidos e dizem à mãe “a decisão é tua” (uma forma de abandono) e podem mais tarde vir a sofrer uma profunda dor, arrependimento e sentimento de perda ao assumir honestamente o papel que tiveram na decisão que levou ao aborto. Os homens envolvidos no aborto necessitam encontrar a cura das feridas que o aborto deixa no seu coração. Muitos homens têm participado no fim-de-semana da Vinha de Raquel e encontraram a cura espiritual e psicológica a um nível profundo. Os homens são muito bem-vindos aos Retiros.

Já vimos muitos casais a participar juntos no Retiro seja porque ambos estiveram envolvidos no aborto, seja porque as esposas estiveram envolvidas em abortos anteriores e eles vieram apenas para as apoiar. Os resultados são excecionalmente positivos e todos relatam uma melhoria na sua comunicação e intimidade depois do fim-de-semana. Também tem havido pessoas que trazem um ou ambos os pais, especialmente se estes forçaram ou participaram na decisão ou se o aborto foi causado por receio da sua desaprovação.

Naturalmente que o dano existente nas relações familiares devido ao aborto pode abrir-se a um processo de cura na Vinha de Raquel. É uma oportunidade única para dar-se conta desta dor e facilitar a reconciliação entre todos. Encorajamos a que considere esta opção, mas respeitamos se decidir que não é o momento mais oportuno. Haverá sempre outras oportunidades para dar este passo adicional de reconciliação.

A segurança e a confidencialidade são essenciais quando se começa a lidar com a cura depois do aborto. No entanto, se o processo de cura fosse apenas feito em sede privada, sem envolver os esposos, eventualmente alguém da família ou um amigo, poderia acentuar-se o isolamento experimentado quando as pessoas se separam para em segredo “lidar sozinhos com o problema”.

O acompanhamento ou orientação individual poderia revestir-se da mesma ansiedade que acompanhou o aborto, porque de qualquer modo a mulher estaria sempre sozinha diante das consequências da sua decisão. Deste modo o segredo permaneceria intacto da mesma forma que a vergonha e a culpa que o rodeiam. É preciso ter em conta que só nos sentimos amados na medida em que os outros nos conhecem e aceitam.

O retiro será particularmente útil para os casais que não puderam chorar juntos a sua perda. A incapacidade de uns ou outros reconhecerem esta perda cria distância, amargura e ressentimento. Quando os maridos se unem às suas esposas no caminho da cura abre-se a porta a um crucial aumento da intimidade física e emocional.

Sim. Quando se inscreve para o Retiro o seu nome não será dado a ninguém nem a nenhum grupo, sob nenhuma circunstância. É da sua livre escolha determinar se deseja continuar a relacionar-se com outros participantes do seu Retiro. Também pode informar como desejaria continuar a receber informação com a Vinha de Raquel.

O local do Retiro é divulgado apenas a quem se inscreve e no local ninguém sabe de que retiro se trata de modo a assegurar total confidencialidade. Se tiver alguma pergunta a colocar faça-o no mail ou através do telefone de contacto.

Ser-lhe-á facultada a possibilidade de se envolver na Vinha de Raquel de variadas formas possíveis e de acordo com o que se sentir chamado a fazer. É sempre necessário que haja pessoas dispostas a dar testemunho, a colaborar na divulgação, a rezar pelos futuros participantes, a promover angariação de fundos e de muitas outras formas.

Poderá haver eventos ou encontros relacionados com o tema da síndrome pós-aborto, com a defesa da vida, com a Vinha de Raquel. Nessas alturas, se quiser poderá ser chamado a colaborar de alguma forma que queira.

Encorajamos todos os participantes a continuarem o seu caminho de encontro com a misericórdia de Deus e de amadurecimento da sua humanidade nos grupos existentes nas suas paróquias, nos movimentos eclesiais, através do voluntariado contribuindo para o bem comum e para a construção da paz. Mas valorizamos muito que o caminho seja feito em companhia de outras pessoas.